Muitas vítimas
não identificam que sofreram assédio
A
banalização e normalização do assédio sexual faz com que muitas mulheres não
consigam identificar o ato como assédio sexual. Outras pensam que "faz
parte do jogo".
Existe
uma falta de consciência de que o comportamento mascarado como elogio ou
cantada, não seja uma conduta inadequada, porém a constrange.
Medo de que ninguém
acredite nelas
São
crimes de difícil comprovação, que acontecem por sua própria natureza de forma
velada, entre quatro paredes e longe do olhar de testemunhas.
Não
raramente as declarações da vítima serão as únicas provas da violência
sexual. Mas a palavra da mulher ainda é vista com “desconfiança."
Medo do assediador
Medo.
Esta palavra é repetida por quase todas as vítimas de assédio. Elas têm medo de
morrer, de serem violentadas mais vezes, de terem seus filhos agredidos e
assediados. A violência sexual também extingue a autoestima da vítima e a
humilha, acabando com sua capacidade de resistência.
Vítimas sentem vergonha
A
vergonha é um tema histórico de violência contra a mulher, uma vez que ela poderia
ter algum comportamento que incentivou ou encorajou aquela prática.
Sentimento de culpa
Elas
sentem-se culpadas pelo crime, como se fossem responsáveis pelo comportamento
criminoso do assediador.
Vítimas são
culpabilizadas
Existe
uma perversidade na análise da palavra da mulher vítima de violência sexual. A
análise do comportamento é deslocada para a vítima, a desqualificando, e não
para o agressor.
A
sociedade e as instituições acabam incutindo, igualmente, a culpabilidade na
vítima. Sua palavra pode ser analisada como uma possível falsa denúncia.
Vítimas têm medo de
reviver a experiência
A
mulher não quer reviver a violência sexual. Ela é instada a contar sua história
por parte das instituições, depois é confrontada e submetida a novos depoimentos,
isso faz com que a vítima tenha que reviver diversas vezes os fatos.
Medo de perder o
emprego
Quando
o assédio é no trabalho, vítimas temem perder o emprego.
A
vítima tem medo de repelir o assédio ou denunciá-lo e passar a ter sua
subsistência ou carreira ameaçada, independente no nível econômico.
Medo de enfrentar
processo e "não dar em nada"
É
um medo justificado por conta da difícil comprovação da violência, explicam profissionais
da área jurídica. Portanto, faz-se necessário fortalecer o sistema para que este
proteja as vítimas, que na maioria dos casos de cala.
Assim quando mulheres passam a denunciar o assédio e
a violência sexual, como forma de se livrar do agressor e buscar justiça, as
demais sentem-se encorajadas, também denunciam e revelam suas histórias, muitas vezes reprimidas
por vários anos ou por toda uma vida.
Não se cale jamais!
Fonte: BBC do Brasil
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