terça-feira, 6 de outubro de 2020

Sexualidade e Câncer de Mama

 


A queda de cabelo, dos pelos, a retirada das mamas, perda da libido e secura vaginal são as principais dificuldades enfrentadas pelas mulheres em tratamento contra o câncer de mama quando o assunto é sexo. Segundo uma pesquisa realizada na Austrália e publicada no Journal of Sexual Medicine, 70% das pacientes têm problemas com sua sexualidade nesse período — número bastante alto levando em consideração a faixa etária média de 54 anos, já que mil mulheres foram ouvidas pelo médico e pesquisador da Monash University, Robin Bell. 
No entanto, a relação sexual deve ser estimulada durante e depois do tratamento, porque as disfunções sexuais surgem com mais frequência até dois anos após o diagnóstico — momento em que acontece a chamada menopausa precoce. 

Sabe-se que apoio emocional é fundamental para que a mulher com câncer de mama possa enfrentar o período de tratamento com sucesso. Elas sentem-se deprimidas e envergonhadas em se despirem, principalmente diante dos companheiros, no entanto o abandono deles não é raro, o que abala de forma significativa a sexualidade feminina.

Sexo ainda é um tabu

Enquanto o termo "oncosexology" (oncosexologia) já é debatido nos Estados Unidos e trata a sexualidade dos pacientes com câncer, no Brasil esta pauta é negligenciada na formação profissional. É o que revela a pesquisadora da Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto (SP), Simone Ferreira, que estuda a sexualidade de mulheres com câncer de mama e ginecológico na Universidade de São Paulo (USP).

— Há um despreparo sobre a situação. Temos um modelo biomédico que tem a cura como prioridade. Quando não deveria ser assim. Outra possível justificativa é a vergonha, porque nem todo mundo tem a sexualidade bem resolvida, e o sexo é uma construção sociológica. Também há uma questão de gênero: com a obrigação social de uma mulher servir ao marido e, com isso, ter dificuldade de ressignificar o sexo. Por fim, o fato de ser na maioria mulheres atendendo mulheres, a relação pode gerar vulnerabilidade e espantar o assunto.

A maioria das mulheres em tratamento confirma o pouco enfoque sobre a sexualidade neste período e afirmam que a equipe de médicos não esclarece este assunto. Contudo referem o quanto é importante a presença efetiva do parceiro nesse processo.

A Associação Americana de Luta Contra o Câncer lançou em 2015 o www.cancersutra.com. O endereço funciona como um guia de detecção de câncer de mama, próstata e pele a partir da prática de diferentes posições sexuais que privilegiem o contato. O objetivo é despertar a atenção durante o ato sexual os sinais precoces da doença. 

O site explica com ilustrações como cada posição pode detectar os primeiros sintomas de possíveis tumores (caroços, manchas, eczemas, pintas entre outros). Há também o aconselhamento em procurar um médico para fazer o diagnóstico correto.

Dicas para melhorar a relação sexual

·        Ajuda psicológica 
- Procurar um psicólogo para acelerar o processo de adaptação em relação ao novo corpo.
- A presença do companheiro é muito importante nessa etapa. 

·        Atividades físicas 
- Movimentar o corpo nesse período pode ajudar a melhorar o desempenho sexual. 

·        Lubrificante
- Usar lubrificantes apenas à base de água durante a quimioterapia e radioterapia. 
- Depois e no decorrer do tratamento, pedir para o médico algum medicamento que contenha outras substâncias que possam potencializar o bem estar físico. 
- Procurar grupos de apoio que tratem e dividam experiências sexuais ajudam a minimizar os efeitos colaterais.

·      Acessórios
- Apostar no uso de belas lingeries para se sentir atraente.
- Usar um lenço de algodão bem bonito para cobrir a carequinha pode ser outra opção!


Acreditar na capacidade de superação pode deixar qualquer mulher mais linda e sexualmente ativa.


Fonte: UOL

Nenhum comentário:

Postar um comentário