O transtorno bipolar se caracteriza por variações do humor que chegam a interferir significativamente nas relações, nas capacidades e na qualidade de vida dos indivíduos. As variações de humor se referem os estados depressivos, caracterizados principalmente por abatimento do humor ou tristeza e falta de prazer, que podem ser graduados como leves, moderados ou graves; os estados maníacos, caracterizados por exaltação do humor, que consistem na hipomania (mais leve), na mania moderada e/ou grave nos estados mistos, em que se tem uma mescla de sintomas de ordem depressiva e maníaca.
Tais estados, além dos sintomas-chave, também acompanham com frequência as alterações do sono, do apetite, desânimo e de
alterações do pensamento, tais como extremo pessimismo, como ideias suicidas na
depressão, mania de grandeza e/ou de poder nos estados maníacos.
É importante frisar que as variações do humor,
ou seja, estar mais ou menos animado do ponto de vista físico e/ou psíquico ao
longo do tempo, constitui uma característica comum dos seres humanos e, nesse
sentido, pode-se dizer que se trata de um fenômeno normal; especialmente (mas
não exclusivamente) quando podemos identificar motivadores para tais variações
nas circunstâncias de vida daquele indivíduo.
Por exemplo, é clara a influência que os dias
mais ou menos iluminados de sol têm sobre o estado anímico das pessoas.
Portanto, considera-se que alguém é portador do
transtorno bipolar quando a recorrência de tais variações atinge uma
intensidade suficiente para que possamos enquadrá-las como episódios
depressivos e maníacos/hipomaníacos.
De acordo com a gravidade desses estados, a frequência com que ocorrem, com a presença ou não de sintomas mistos e
psicóticos, teremos a classificação do transtorno bipolar em diversos subtipos,
pois a indicação do tratamento e sua eficácia pode diferir de acordo com tais
características.
O transtorno bipolar pode se manifestar em
qualquer idade e o diagnóstico é habitualmente feito na fase adulta jovem. Os
primeiros episódios depressivos ou maníacos costumam ser associados a alguma
circunstância de vida, como mudanças do estatuto social ou perdas, porém isso
não é a regra, sendo comum que os episódios subsequentes deixem de ter relação
com algum desencadeante vivencial, ocorrendo sem qualquer motivo aparente.
O atraso no diagnóstico é uma situação comum,
especialmente quando os primeiros episódios são depressivos, pois acabam sendo
reconhecidos e tratados como uma depressão comum, sem uma resposta satisfatória.
Atualmente existe uma tendência a se considerar
que sintomas precoces do transtorno podem se manifestar desde idades muito
jovens, mesmo durante a infância ou adolescência e que, diante de uma primeira
manifestação depressiva, deve-se investigar a ocorrência de tais indícios
precoces para não retardar o diagnóstico do transtorno.
Portanto é fundamental se perguntar: Qual a frequência dos
sintomas?
Neste período de pandemia do Covid-19, muitas pessoas revelam forte instabilidade de humor, por conta da insatisfação e do medo, um bom diagnóstico poderá identificar corretamente.
Fonte: Fiocruz
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