domingo, 1 de setembro de 2019

Conduta Suicida no Trânsito



A conduta humana remete a grandes mudanças na sociedade, tanto de cunho positivo quanto negativo, dependendo do lado em que estamos. O Brasil apresenta muitos problemas sociais e de toda ordem. Dentre eles podem-se destacar as mortes no trânsito e o suicídio.
Que semelhança há entre trânsito e suicídio? 

Suicídio é o ato do indivíduo  ao abreviar sua vida. Suicídios acontecem em todas as camadas sociais e por diversos motivos: depressão, conflitos emocionais, familiares, dificuldades financeiras, alcoolismo, drogadição, transtornos psíquicos, entre outros. Essa atitude vai contra a natureza humana. Sempre que estamos em situação de risco, medo ou estresse, o sistema nervoso-cerebral ativa a Adrenalina, um hormônio que estimula a reação de luta e fuga, de autopreservação, na tentativa de conservar a própria existência. É o desejo inato e instintivo de manter-se vivo diante de uma ameaça.

Ao falarmos em acidentes de trânsito, observa-se que a maioria deles é provocada pela negligência, imprudência e imperícia dos condutores. Baseado nesse pensamento, o homem coloca-se em situação de risco frequentemente e as estatísticas revelam: cinco mortes a cada 01 hora no Brasil; relatório divulgado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM). Entre 2008 e 2016, totalizaram 368.821 pessoas que morreram vítimas de transporte nas estradas e ruas do país. Esse alto índice aponta para um quadro extremamente complexo da nossa sociedade.

Quando se inicia o processo para obter a CNH, têm-se aulas de legislação de trânsito e direção defensiva orientando como minimizar ao máximo os riscos de acidentes de trânsito.  Mas as estatísticas com mortes no trânsito são muita altas, quando comparadas as guerras que dizimaram milhares de pessoas. A partir do momento que se decide conduzir um veículo faz-se necessário incorporar ao comportamento educação, respeito e prudência.

Após conquistar a CNH, simbolicamente é assinado um contrato com a sociedade, onde os condutores serão responsáveis uns pelos outros ao conduzirem os veículos. Alguns condutores assumem esse compromisso de responsabilidade, enquanto outros adotam comportamentos suicidas, colocando-se em riscos “conscientes”. 

Esse tipo de comportamento remete a imagem de suicida, ou seja, tentativa de suicídio. Porque essas duas situações, o comportamento de risco no trânsito e o suicídio partem do mesmo princípio, de autodestruição, portanto baixíssima autoestima.

Pode-se destacar que condutores irresponsáveis se tornam suicidas indiretos, por agir diferente da função cerebral de autopreservação, desafiando as normas de circulação e de segurança, colocando-se em riscos extremos.

A conduta no trânsito é um fenômeno bastante adverso e envolve um conjunto de fatores e processos psicológicos, mas no instante em que o sujeito assume atitudes perigosas, colocando em risco a própria vida e a dos outros, acaba sendo conivente e responsável pelas consequências, revelando um perfil suicida, que sempre deixa sequelas físicas e emocionais a todos que fazem parte direta ou indireta deste ato de desamor.

Fica a reflexão!


Fonte: globo.com




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