A ausência
do “não” incorrerá na falta de limites e terá como consequência um desenvolvimento
negativo para criança, afinal quando ela não aceita regras, seja para brincar,
andar no ônibus, se comportar na escola e/ou em família, sofrerá com as dificuldades
de conviver socialmente. Os limites ajudam a criança a tolerar frustrações e
adiar sua satisfação. Ela deve entender a esperar sua vez, a compreender que
existem outros e que precisa compartilhar. A insuficiência de limites pode
conduzir a uma desorientação, a uma falta de noção dos demais, de respeito e
até à maldade em alguns casos extremos.
Colocar limites não significa ser
autoritário, mas sim ter autoridade sobre ela. Ensinar-lhe a respeitar a si e
também a outrem. Dizer
"não", para uma criança é mostrar-lhe que também pode
dizer não quando alguém quiser lhe
impor atitudes ou situações indesejáveis. Na medida em que os pais percebem as
necessidades da criança e as apontam, ela poderá igualmente identificar o que
lhe serve ou não.
Por
exemplo, se uma mãe percebe que seu filho está com sono e precisa dormir, sendo
firme neste momento, mesmo que resista aos poucos ele poderá identificar seu
próprio cansaço e adormecer.
Existem
muitos adultos que não ouvem as mensagens do próprio corpo: dor, cansaço,
fadiga, mal estar, e estes extrapolam seus próprios limites, o que frequentemente
provoca estresse, adoecimento físico e/ou emocional, igualmente ocorrem com as
crianças.
Colocar
limites não significa privar a liberdade. Quanto mais cedo, os pais mostrarem
os limites de forma afetiva e segura de seus propósitos, menos problemas terão seus
filhos na adolescência, fase em que há revolta contra as imposições, passando a transgredirem
tudo aquilo que é insuportável para os adolescentes. É importante que os pais
expliquem que seus direitos e deveres também são limitados. Se mesmo assim as
crianças não obedecerem, por vezes é necessário colocar sanções, com o intuito de
responsabilizá-las pelos seus atos.
A
importância do "não" e do estabelecimento de limites é fator
organizador na formação da personalidade de todo ser humano. Desde a primeira
infância ela precisa aprender a ouvir a palavra "não" e pronunciá-la.
As crianças passam pela "fase do negativismo", na qual fala quase
compulsivamente a palavra "não", testando sua força diante da
autoridade dos adultos.
Elas experimentam
até onde podem chegar!
As crianças
precisam de regras claras, objetivas e coerentes colocadas com segurança e
determinação. O estabelecimento de limites não é tarefa fácil de manter. É
fundamental conhecer quais os recursos mentais da criança em cada faixa etária.
Por exemplo, antes dos 04 ou 05 anos, é
quase impossível esperar que uma criança compreenda e aceite as regras de um
jogo – atividades lúdicas.
Obrigá-la a
aceitar regras antes do tempo seria inadequado para o seu aprendizado. Porém, a
partir dos 06 anos a criança já terá adquirido a capacidade neurológica para
aceitar os regulamentos, brincar com os amiguinhos e entender melhor o que lhe
é solicitado sem tantos protestos. Assim sendo é essencial para criança apreender
a importância do “Não”.
A evolução moral perpassa pelo aprendizado do “Não”.
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