A temática do amor e do desamor é recorrente há muito tempo, tentando
ser interpretada, analisada, significada e ressignificada mediante a
literatura, a ciência, as artes e as religiões. Freud refere que precisamos
amar para não adoecer, Platão define amor como aquilo que completa o que
nos falta. Para Shakespeare, o amor é como criança, deseja tudo o que vê.
Portanto é preciso experimentar!Estudiosos dividem o processo da separação amorosa em duas fases: primeiro vem o protesto e depois o desespero. Durante a primeira fase, geralmente a pessoa abandonada tenta insistentemente recuperar o objeto de seu amor. Procura entender o que deu errado e como poderia reacender o interesse do outro. Alguns chegam a fazer cenas dramáticas diante do(a) “ex”; outros choram sozinhos, saudosos e, por vezes, se deprimem profundamente. De qualquer forma parece que a paixão reacende os sentimentos.
Em experiências com animais, elevadas concentrações de dopamina e noradrenalina
- neurotransmissores - são associadas
não apenas ao aumento da vigilância, mas também fazem com que o indivíduo
solitário identifique a falta e passe a buscar o que necessita, acertadamente
ou não.
E como o amor pode se transformar tão repentinamente em ódio?
Os dois sentimentos não são antagônicos – o oposto do amor seria o
desinteresse. Aparentemente, a raiva do abandono não exclui o amor. O seguinte
experimento demonstra que amor e ódio estão muito próximos um do outro: se
estimularmos eletricamente o circuito de recompensa no cérebro de um gato, ele
expressa forte sentimento de bem-estar. Porém, assim que interrompemos a
estimulação, o animal arranha e morde. Esse tipo de reação a expectativas não
correspondidas é conhecido como “resposta de frustração-agressão”.
Muitas pessoas desistem do seu amor. E inicia a segunda fase da
separação: é o momento de lidar com a perda e resignar-se. Nessa etapa, os mais
propensos ao uso de álcool podem recorrer à substância; outros se isolam ou tornam-se
apáticos. Em 2001, um grupo de sociólogos da Universidade da Califórnia, entrevistou
114 homens e mulheres que tinham sido deixados por seus amados nas oito semanas
anteriores. Mais de 40% sofria de depressão. Dos que receberam esse
diagnóstico, 12% classificaram a patologia como mediana ou intensa, originando um
adoecimento psíquico.
A perda amorosa também poderá oferecer uma vantagem quando obriga o
sujeito a encará-la com mais realidade, através da resilência. Para alguns
estudiosos, pessoas depressivas vivem a chamada “falha da negação”. Somente uma
depressão desse tipo, pode levar uma pessoa a aceitar finalmente o apoio
oferecido ou a tomar uma decisão a seu favor, tendo um efeito positivo sobre
suas chances de sobrevivência afetiva e consequente um recomeçar.
A natureza humana sempre se reconstrói!
Fonte: UOL
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