quinta-feira, 14 de setembro de 2017

Os conflitos familiares são os mais dolorosos, portanto os mais difíceis de superar!


A desordem gerada no círculo familiar tende a causar traumas significativos, lacunas profundas e espaços vazios na psique, que dificilmente serão reparados.
Um pai ausente e/ou dependente químico, uma mãe depressiva, palavras de cunho agressivo, gritos, lamúrias, parca situação financeira e falta de segurança afetiva reforçam os medos e rebaixam a auto-estima do indivíduo, principalmente no decorrer na primeira infância, quando o sistema nervoso central está em desenvolvimento.
Importante salientar que o estresse experimentado ao longo do tempo faz com que a arquitetura do cérebro mude e as estruturas associadas às emoções sofram profundas alterações. Tudo isso acentua o risco de vulnerabilidade, intensifica o desamparo afetivo, elevando o grau do sofrimento emocional, que muitas vezes finaliza em transtornos emocionais graves ou transtornos de conduta praticamente irreversíveis. 
A família é o primeiro contato com o mundo social: quando há falhas neste contexto e a ausência das necessidades essenciais, o impacto será muito forte no ciclo vital.
Por que é tão difícil superar traumas sofridos no início da vida?
Embora o sujeito decida romper com este vínculo prejudicial e estabelecer uma distância da família disfuncional e traumática, as cicatrizes são bem presentes; o simples fato de tentar apagar as lembranças do passado, por si só, não cura as feridas. Pode ser um começo, mas não o fim de tudo. Não é nada fácil deixar para trás um histórico de vida, repleto de tristes lembranças que passam a fazer parte do cotidiano relacional, profissional e emocional.
Muitas pessoas, cujo passado fora traumático, apresentam dificuldades em manter relações mais consistentes, por conta da sua fragilidade afetiva; frustram-se facilmente e anseiam, com brevidade, que os demais preencham suas carências de toda ordem. Aquele sujeito que passou parte da vida no seio de uma família desorganizada, vivenciou uma criação negativa e agressiva, poderá desenvolver uma percepção distorcida, de que não será merecedor de coisas boas, nem mesmo amado por alguém. Seus relacionamentos tendem a ser conturbados e sofridos.
A educação recebida e o estilo da relação parental certamente definirão os traços de personalidade, auto-estima e autoconfiança. O impacto negativo durante o desenvolvimento da criança deixam marcas muito intensas e assim, quando adulta, terá dificuldades em realizar seus sonhos e dar continuidade de forma saudável a sua trajetória de vida. No entanto, é sabido que ninguém pode escolher seus pais e seus familiares, mas seguramente pode eleger com quem se relacionar.


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