quinta-feira, 9 de março de 2017

Por que as crianças são devolvidas?


Legalmente, a adoção, depois de concluída, é irreversível. Para evitar que haja arrependimento por parte dos pais adotivos e da criança, o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) prevê um período de adaptação para que seja estabelecido o contato entre as partes, bem como avaliar as compatibilidades. 

A maioria das devoluções acontece nesse estágio e tornam-se menos traumáticas para a criança.
A devolução de crianças ocorre com certa frequência. Quase sempre são resultados de ações mal conduzidas, de famílias e/ou de pessoas que não estavam preparadas para a adoção, sobretudo quando estão na fase da guarda provisória e o processo de adoção ainda não foi concluído.

São várias as razões que levam à desistência de uma adoção: em geral os problemas iniciam com a convivência diária e a quebra de rotina das partes. A adoção começa com a fantasia de um filho ideal, mas a criança é real, cheia de hábitos, costumes e principalmente carregada de fortes emoções, por conta da sua história pregressa de abandono e/ou maus tratos, que dá lugar à insegurança.

Um bebê adotado jamais será devolvido, isto acontece somente com crianças maiores; por vezes elas percebem um ambiente hostilizado pelos próprios adotantes, que desconsideram tal condição. Inconsciente e fantasiosa, a criança teme novamente ser abandona e mal amada, tornando-se ansiosa e passando a perturbar o ambiente de várias maneiras até ser devolvida.

 Na cidade do Rio de Janeiro, existe um grupo de apoio denominado Pré-Natal da Adoção, que se compromete em acompanhar os futuros pais por adoção durante nove meses, num encontro mensal, fazendo uma analogia ao acompanhamento do pré-natal biológico. No decorrer desses encontros são discutidas questões como: aspectos jurídicos, a importância da adoção, aceitar ou não irmãos, criança especial, adoção tardia, diferenças entre a criança ideal da criança real, como revelar o fato, dentre outros assuntos.

Esse pode ser um modelo de preparação que se aproxima das necessidades dos adotantes que, diante de uma nova situação, requerem um período de adaptação, seja estrutural e/ou emocional.

Portanto é fundamental que adotante e criança sejam acompanhados por psicólogo, assistente social e o poder judiciário, no sentido de preservar e vincular o caminho da adoção.

Nenhum comentário:

Postar um comentário