segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Nó do Afeto


Em uma reunião de pais, numa escola da periferia, a diretora incentivava o apoio que os pais deveriam dar aos filhos. Pedia-lhes, também, que se fizessem presentes o máximo de tempo possível.
Ela entendia que, embora a maioria dos pais e mães daquela comunidade trabalhassem fora, tentassem achar um tempinho para se dedicarem e entender em suas crianças.

A diretora ficou muito surpresa quando um pai se levantou e explicou, com seu jeito humilde, que ele não tinha tempo de falar com o filho, nem de vê-lo, durante a semana. Quando ele saía para trabalhar, era muito cedo e o filho ainda estava dormindo. Quando voltava do serviço era muito tarde e o garoto não estava acordado.

Explicou: que tinha de trabalhar assim para prover o sustento da família. Mas ele contou, também, que isso o deixava angustiado por não ter tempo para o filho e que tentava se redimir ao beijá-lo todas as noites quando chegava a casa. E, para que o filho soubesse da sua presença, ele dava um nó na ponta do lençol que o cobria.
Isso acontecia, religiosamente, todas as noites quando ia beijá-lo. Quando o filho acordava e via o nó, sabia, através dele, que o pai tinha estado ali e o havia beijado.
O nó era o meio de comunicação entre eles.

A diretora ficou emocionada com aquela história singela e emocionante. E ficou surpresa quando constatou que o filho desse pai era um dos melhores alunos da escola.
Isso faz refletir sobre as muitas maneiras de um pai ou uma mãe se fazerem presentes, e de se comunicarem com seu filho. Aquele pai encontrou a sua, simples assim, mas eficiente.
E o mais importante é que o filho percebia através do nó afetivo, o que o pai estava lhe dizendo.

Por vezes nos importamos tanto com a forma de dizer as coisas e esquecemos do principal, que é a comunicação através do sentimento.
Simples gestos como um beijo e um nó na ponta do lençol, valiam, para aquele filho, muito mais que presentes ou desculpas vazias.

É válida a preocupação com os filhos, mas é importante que eles saibam e sintam isso.
Para que haja a comunicação afetiva é preciso que os filhos "ouçam" a linguagem do coração de seus pais, pois em matéria de afeto os sentimentos sempre falam mais alto que as palavras.

É por essa razão que um beijo, revestido do mais puro afeto, cura a dor de cabeça, o arranhão no joelho, o ciúme do bebê que roubou o colo, o medo de escuro, o temor do vento ...
A criança pode não entender o significado de muitas palavras, mas sabe certamente registrar o gesto de amor e carinho.
Mesmo que esse gesto seja apenas um nó no lençol. 
E você? Já deu algum nó afetivo no lençol do seu filho hoje?
Pense nisso!


Autor desconhecido

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