Cerca de 12% da população brasileira sofre de
transtornos sexuais e em algum momento 80% terão o desempenho sexual prejudicado.
Estas avaliações foram feitas pelo Projeto Sexualidade (Prosex), que atende gratuitamente a população no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas/SP. Dirigido por uma equipe multidisciplinar que reúne psiquiatras, psicólogos, ginecologistas e urologistas, o Prosex realiza atividade de assistência médica, ensino e pesquisa.
Estas avaliações foram feitas pelo Projeto Sexualidade (Prosex), que atende gratuitamente a população no Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas/SP. Dirigido por uma equipe multidisciplinar que reúne psiquiatras, psicólogos, ginecologistas e urologistas, o Prosex realiza atividade de assistência médica, ensino e pesquisa.
Segundo Carmita Abdo psiquiatra especialista em sexualidade no Brasil, uma pessoa que há mais de seis meses não tem desejo sexual ou incapacitada em obter orgasmo, pode estar precisando de um atendimento especial.
Num país onde a sexualidade sempre foi tratada como
tabu, o resultado desse trabalho inédito é sem dúvida muito positivo do ponto
de vista prático, psicológico, social e
educativo. Seus efeitos estão comprovados no livro Sexualidade Humana e seus Transtornos, organizado pela psiquiatra e
professora da Faculdade de Medicina da USP Carmita Abdo, editora Lemos. "A
sexualidade sempre foi tratada com amadorismo, opiniões pessoais e palpites,
mas há alguns anos a professora Carmita resolveu enfrentar o problema com
seriedade e metodologia científica".
Passaram pela triagem do projeto um total de 613
pacientes, sendo 411 homens e 202 mulheres. Apesar da busca masculina ainda ser
maior, a procura feminina aumentou consideravelmente.
No primeiro ano, o Prosex recebeu 116 homens e 24
mulheres. "A indústria do orgasmo divulgada na mídia, invocando pareceres
'médico-científicos', onde o prazer sexual é um instrumento para se obter
saúde, equilíbrio emocional e felicidade. A observação científica demonstra o
contrário: somente as pessoas saudáveis, emocionalmente equilibradas conseguem,
de fato, a plenitude da satisfação sexual", diz Carmita, e ainda acredita
que a educação sexual deve ser feita de modo sintonizado com o desenvolvimento
da pessoa.
Um educador, por exemplo, deveria conhecer as
características sexuais de cada etapa do desenvolvimento e as dificuldades
inerentes a estas para criar um programa específico para cada fase do
crescimento infanto-juvenil. No entanto, os programas acabam passando noções de
sexualidade fora do momento de interesse do indivíduo. No âmbito familiar é
comum a transmissão das dificuldades sexuais de pais para filhos, quando os
primeiros não recebem o tratamento adequado.
De acordo com a pesquisa, os transtornos sexuais
resultam da combinação de fatores psicossociais, culturais e orgânicos. Dentre
os dois primeiros, são salientados os conflitos gerados pela ansiedade acerca
da sexualidade, a repressão sexual precoce e conflitos na infância, os quais se
referem à relação da criança com seus pais, uma vez que representam o primeiro
modelo de homem e mulher.
Quanto aos fatores orgânicos, são citadas as drogas e
as doenças físicas. No caso das drogas, destaca-se desde alguns remédios para
resfriado até cocaína e álcool. A infecção por certos tipos de secreção, por
exemplo, produz dificuldades sexuais nas mulheres.
Portanto, a maioria das pessoas que procura ajuda,
faz por uma única razão: quer funcionar
sexualmente e ter uma vida completa.
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